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Taxa Selic: o que é, atual, mensal, anual e acumulada. Entenda tudo sobre a taxa

Você provavelmente já ouviu alguma notícia sobre a Taxa Selic. Ela é a taxa básica de juros da economia. Logo, tem importância fundamental — especialmente para quem investe, seja na renda fixa ou na bolsa de valores.

A Taxa Selic tem relação com o seu dia a dia. Ela pode impactar a rotina dos brasileiros de diversas formas, seja influenciando a taxa de juros praticadas em empréstimos ou financiamentos, a rentabilidade de investimentos ou mesmo o avanço ou a retração da economia.

Se você está se perguntando: qual a taxa Selic hoje? Na reunião de janeiro de 2021, a taxa Selic ficou definida em 2% ao ano. Então, hoje a taxa Selic é de 2% a.a..

Porém, é essencial ir muito além do patamar atual da taxa Selic.

Se você não está familiarizado com o termo ainda, fique tranquilo. Este artigo trará tudo o que precisa sobre o assunto.

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O que é Taxa Selic?

Como você viu, a Taxa Selic é um índice econômico. A taxa também é conhecida como taxa básica de juros do Brasil. Assim, ela baliza diversas outras taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. Em outras palavras, a Selic é utilizada por bancos — públicos e privados — para o cálculo de juros.

Além de servir como base para os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e outros produtos bancários, a Selic tem diversos objetivos na economia nacional. Entre os principais deles estão: regular a inflação e garantir o controle da emissão, da compra e da venda de títulos públicos.

O termo Selic é uma abreviação para Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Conforme definição do próprio Banco Central, ela é a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no sistema para títulos federais.

De forma mais simples, o valor da Selic indica quanto o governo paga de juros para as instituições financeiras que compram títulos públicos do Tesouro Nacional. Ela é definida pelo Copom — Comitê de Política Monetária do Banco Central.


Como funciona a Taxa Selic?

Para entender melhor a influência da Taxa Selic no Brasil é fundamental compreender o funcionamento dela. Veja mais a seguir!

Selic e títulos públicos

Comece pensando no seguinte: o governo precisa de verba para manter a máquina pública em andamento (construir estradas, hospitais, escolas), certo?

Além dos impostos, ele também faz captação de recursos por meio de crédito com a emissão de títulos públicos. Eles representam dívidas do governo e possibilitam a entrada de dinheiro nos cofres públicos. São aplicações de renda fixa disponíveis para investidores.

Já tem alguns anos que os títulos públicos podem ser adquiridos por pessoas físicas através da plataforma do Tesouro Direto. Isso os tornou mais acessíveis, mas os maiores compradores continuam sendo grandes bancos brasileiros.

A Selic é a taxa média de juros considerada no investimento mais tradicional em títulos públicos: o Tesouro Selic. Assim, o dinheiro emprestado por investidores para o governo por meio desse título tem rendimento de acordo com ela.

Selic e manejo da economia

Agora que você entendeu o funcionamento da Selic em relação aos títulos públicos, vamos pensar em uma questão importante: por que o Banco Central decide subir ou baixar taxa Selic? As decisões são tomadas de acordo com as movimentações na economia do país.

Logo, o Copom maneja a taxa Selic a partir das expectativas econômicas e de como o governo pode atuar em prol de um equilíbrio. Por exemplo, baixando a taxa de juros como uma das formas de incentivar o consumo e o aquecimento da economia.

Na prática, o Tesouro Selic é considerado o investimento mais seguro do mercado financeiro. Então, se as taxas estão altas, os bancos podem dar preferência por emprestar valores ao governo e obter lucro. Afinal, há menos risco de calote e a rentabilidade é atrativa.

De outro lado, a Selic alta e a preferência por títulos públicos podem ser fatores negativos para o crescimento econômico — além de representar mais endividamento do governo. Então, eventuais cortes na Selic têm o objetivo de encontrar equilíbrio e aquecer a economia.


Como a Selic é definida?

A Taxa Selic serve como uma ferramenta de política monetária utilizada pelo Banco Central do Brasil. O objetivo é que a taxa real fique próxima da meta de juros estabelecida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que é o órgão responsável pela definição do valor.

Assim, quando você se informa sobre o percentual da Taxa Selic hoje ou pelo valor em exercício no ano de 2020, está buscando referência desse número definido pelo Copom. Em agosto de 2020, por exemplo, taxa Selic era de 2% ao ano.

Para entender melhor o funcionamento e a função da Selic, é interessante conhecer sua história. O Copom surgiu em 1996, justamente com o propósito de definir a taxa de juros básica para a economia nacional. Ele também estabelece regras sobre a quantidade de dinheiro em circulação.

A cada ano são realizadas 8 reuniões do comitê para definição da taxa. Então, a cada 45 dias os responsáveis estão juntos para definir se a meta da Selic se mantém a mesma, se aumentará ou se será reduzida.


Taxa Selic Over x Taxa Selic Meta

Quando se fala sobre a definição da Taxa Selic é importante diferenciar dois conceitos: a Taxa Selic Over e a Taxa Selic Meta.

Taxa Selic meta

Basicamente, a meta é aquela que foi estipulada pelo Copom durante a última reunião do período. Então, em agosto de 2020 a Taxa Selic meta era de 2% ao ano — já que foi o percentual definido pelo comitê.

Quando se fala, de modo geral, sobre a taxa básica de juros da economia, a referência é exatamente à Taxa Selic meta. Significa que é dela que, normalmente, estão falando quando você escuta notícias acerca dos juros e da Selic no país.

A meta determina a taxa de juros da economia e influencia os valores aplicados em empréstimos, financiamentos e outros tipos de crédito.

Taxa Selic Over

A Taxa Selic Over, por sua vez, é um pouco mais complexa. Ela não se refere ao valor artificial que é definido pelo Copom, mas ao percentual real que está sendo colocado em prática na economia. Assim, seu cálculo envolve outras variáveis.

Enquanto a Taxa Selic meta apresenta um valor estável e artificial, a Taxa Selic over diz respeito, portanto, ao valor que está sendo, de fato, praticado. E está especialmente ligada aos empréstimos que acontecem entre bancos.

No Brasil, há uma regra de saúde financeira para as instituições bancárias que as proíbe de fechar o dia com seu caixa negativo. Assim, é comum que bancos peguem empréstimos rápidos entre si para garantir o cumprimento da obrigação.

Os empréstimos interbancários não são longos: eles costumam ser de curto prazo, para um período de 24 horas. Geralmente, a garantia das operações é dada em títulos públicos adquiridos pelo banco em questão.

Então, a média das negociações que acontecem entre os bancos diariamente dá origem à Taxa Selic over. Ou seja, à taxa de juros real. De modo geral, a meta e a over são próximas. Quando o valor está se distanciando muito, o Banco Central pode intervir comprando ou vendendo títulos.


Qual é o valor da Taxa Selic?

Além de conhecer as diferenças entre a Taxa Selic meta ou over, você precisa identificar o período que é considerado ao abordar os juros. Nesse sentido, é possível observar a taxa diária, mensal, anual etc.

Confira mais informações a seguir!

Taxa Selic Atual

O valor real da Selic varia todos os dias. Mas, em média, ele fica próximo à meta (mensal e anual), definida nas reuniões periódicas do Copom. Na reunião do Copom de agosto de 2021, o valor da taxa Selic ficou definido em 5,25% a.a..

Para saber em que percentual está a taxa no momento em que estiver lendo este artigo, você também pode consultar o site do Banco Central.

Taxa Selic Mensal

Para consultar a taxa mensal da Selic no mês em vigência, é possível acessar as tabelas do site da Receita Federal. Como você viu, uma nova taxa é definida a cada 45 dias – então, vale para um período maior do que um mês.

Confira na tabela abaixo a evolução histórica da Taxa Selic Mensal desde 2013:

Taxa Selic Anual

As reuniões do Copom definem a meta da taxa de juros anual. Assim, durante o ano, a taxa varia de acordo com os incrementos ou cortes que o comitê faça. Nos últimos anos, a taxa vem passando por quedas e, em agosto de 2020, encontra-se na sua mínima histórica.

Como o índice pode apresentar diferentes valores ao longo do ano, é possível calcular a Taxa Selic acumulada. Ela se refere à soma do valor da taxa a cada mês, indicando o total acumulado ao ano — ele também pode ser consultado no site da Receita Federal.


Como a taxa Selic é calculada?

Apesar de a Taxa Selic meta ser definida pelo Copom, o cálculo da taxa Selic real (over) não é tão simples.

Segundo o Banco Central, “são considerados os financiamentos diários relativos às operações registradas e liquidadas no próprio Selic e em sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação”.

Ou seja, como você viu, a taxa real praticada na economia é fruto das movimentações diárias entre os agentes — instituições bancárias, governo, investidores etc. O cálculo é bastante complexo e não tem explicação facilitada.

Entretanto, em seu site oficial, o Banco Central explica em detalhes a fórmula utilizada.


Qual é a relação entre Taxa Selic e outras taxas?

A taxa básica de juros da economia nacional influencia ou está ligada a diversos outros índices do mercado. Confira a seguir a relação dela com os principais indicadores:

Selic x CDI

Uma dúvida muito comum entre investidores que estão conhecendo os indicadores e conceitos importantes no mercado financeiro é entender as diferenças entre a Taxa Selic e o CDI — especialmente quando se trata das transações interbancárias.

Como você viu anteriormente, um dos aspectos relacionados à Taxa Selic over é o empréstimo feito entre os bancos para evitar o fechamento de caixa negativo. De modo geral, as instituições pagam entre si uma taxa de juros própria.

Estamos falando do CDI — Certificado de Depósito Interbancário. Ele representa a taxa de juros praticada de um banco para outro nos empréstimos com duração de um dia. Mas, como você também viu, a garantia das transações pode se dar com títulos públicos.

Logo, a Taxa Selic também está relacionada nesse contexto. Isso faz com que os valores dela e do CDI fiquem bastante próximos, na prática. Ainda assim, é muito importante que o investidor saiba que não se trata do mesmo conceito.

Selic x INPC

Um dos objetivos da Taxa Selic tem relação com o controle da inflação. Assim, o Banco Central pode manejar a subida ou descida do índice como tentativa de conter a perda de poder de compra da população.

Logo, é esperado que a Selic tenha alguma relação com os índices de inflação — como o INPC (sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Ele é um índice medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Basicamente, o INPC mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos por famílias com remuneração mensal de um a cinco salários mínimos, entre os dias 1º e 30 de cada mês do ano.

Selic x IPCA

Ainda falando sobre inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é mais um indicador dela. Ele tem o mesmo propósito do INPC e é levantado na mesma periodicidade, mas abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre um e 40 salários mínimos.


Qual é o impacto da taxa Selic na economia?

Até aqui você soube o que é a Taxa Selic, descobriu como ela funciona e viu qual é o relacionamento dela com outros índices econômicos. Mas, afinal, qual é o impacto da Selic na economia brasileira? Por que o Banco central reduz ou aumenta a Taxa Selic?

A influência dela é profunda, já que se trata da taxa básica de juros do país. Assim, todas as outras taxas praticadas por instituições financeiras partem da Selic como base. Significa, por exemplo, que empréstimos e financiamentos podem ser mais caros ou baratos a depender dela.

A seguir, veja quais são os impactos mais significativos da taxa básica de juros na economia – e, claro, no seu dia a dia!

Selic e inflação

O Banco Central trabalha com uma meta de inflação. Quando o limite corre o risco de ser ultrapassado, uma estratégia de contenção pode ser a elevação dos juros. Isso porque a Selic maior representa uma inibição ao consumo, o que diminui a pressão de alta sobre os preços.

De outro lado, quando a inflação está sob controle e o governo deseja incentivar a economia, pode fazer isso reduzindo a Taxa Selic. Taxas de juros menores estimulam o crédito e o consumo. Assim, funciona como estímulo para movimentar a economia.

A Selic, portanto, é uma ferramenta do governo para manejar a inflação. Se a taxa é alta, significa que há menos crédito no mercado. Logo, existe menos dinheiro circulando e a procura por produtos e serviços é menor.

Se a demanda é mais baixa, os preços caem. É importante destacar, contudo, que em determinados momentos o governo pode aceitar pagar o preço da inflação para estimular o crescimento econômico. Como você pode ver, o manejo da Taxa Selic é algo complexo.

Selic e taxas de juros

Se a Selic é uma importante ferramenta de controle da inflação, por que muitas pessoas sentem efeitos negativos quando ela está alta? Lembre-se de que se a taxa básica sobe, os juros praticados por instituições financeiras também se tornam maiores.

Assim, os bancos e instituições financeiras emprestam dinheiro a taxas mais altas — tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. Com o crédito caro, é esperado uma retração na economia, pois há maior dificuldade para circular dinheiro e consumir.

Quem pensa em comprar um carro, por exemplo, poderá adiar a meta por conta dos juros altos. Em consequência, a venda das empresas pode diminuir. Com menos receita, pode haver demissões e retração econômica.

Selic e câmbio

Além de ter relação com a inflação e com as demais taxas de juros, a Selic também influencia diretamente o câmbio. Logo, é considerada mais um recurso a ser usado quando o governo deseja aumentar a força da moeda nacional.

A lógica é a seguinte: quando a Taxa Selic está alta, muitos investidores e especuladores externos fazem aplicações no Brasil para aproveitar os juros. Assim, circulam mais dólares na nossa economia — o que faz o Real ganhar força.


Como a Taxa Selic influencia seus investimentos?

Agora, você já tem uma noção bem ampla do quanto a Selic impacta o universo econômico. Além de todos os fatores que foram apresentados até aqui, ela tem um papel central em alguns investimentos do mercado financeiro — tanto da renda fixa quanto da renda variável.

De modo geral, a alta da Selic beneficia aplicações de renda fixa, que costumam ter rendimentos atrelados a ela ou ao CDI. Em contraponto, uma taxa mais baixa pode estimular os investimentos da bolsa de valores, já que normalmente ela significa aquecimento da economia.

Veja mais detalhes sobre a relação da Selic com alguns investimentos!

Taxa Selic e títulos públicos

Os títulos públicos, oferecidos na plataforma do Tesouro Direto, têm relação bastante próxima com a Selic. Inclusive, um deles recebe o mesmo nome: o Tesouro Selic é chamado assim porque rende 100% da taxa de juros básica.

Os outros títulos, como os prefixados ou os que acompanham o IPCA, também são influenciados pela Selic. Afinal, as movimentações da taxa básica exercem impactos na inflação e nas taxas pré-definidas no Tesouro.

Taxa Selic e Poupança

Qual a relação da taxa Selic com a poupança? A regra de rentabilidade da poupança envolve a Taxa Selic. Se a taxa estiver maior do que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR). Já se a Selic estiver igual ou menor, o rendimento passa a ser 70% da Selic + TR.

Ou seja, a poupança sofre influência direta da Selic. Inclusive, em cenários de taxa básica mais baixa a caderneta corre risco de ter rentabilidade negativa — isto é, perder para a inflação.

Taxa Selic e outros títulos da renda fixa

Outros títulos populares na renda fixa são o Certificado de Depósito Bancário (CDB), as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e a LCA). A rentabilidade deles costuma também acompanhar o índice CDI — que, como você viu, tem valor próximo ao da Selic. Assim, também sofrem influência da taxa básica de juros da economia.


Como ganhar mais que a Selic?

A Selic é uma das principais referências para aplicações seguras — como os títulos públicos, considerados as opções de menor risco do mercado financeiro. Assim, é de se esperar que a maior segurança represente limitações em relação às possibilidades de ganho.

Muitos investidores se perguntam como obter rendimentos maiores do que a Selic, especialmente em cenários nos quais a taxa está muito baixa. Se você é um deles, saiba que buscar por alternativas de maior risco é um caminho válido.

Mas é importante ter atenção ao seu perfil de investidor. Pessoas conservadoras não têm abertura aos riscos da renda variável. Então, é possível buscar por títulos mais atrativos da renda fixa para tentar aumentar um pouco a sua rentabilidade.

Já investidores moderados ou arrojados podem incluir na carteira alguns fundos de investimentos, ações ou até mesmo derivativos da bolsa de valores. Afinal, quando a Selic está baixa, o mercado de capitais pode passar por valorização – e há oportunidades para investimentos e especulação.

Entretanto, não deixe de lado o manejo de risco ao investir na renda variável. Diversificar os investimentos é uma estratégia útil para mesclar os riscos e os rendimentos. Logo, procure fazer escolhas diversas na sua carteira de investimentos.

Lembre-se de que a segurança e a liquidez de alguns títulos de renda fixa continuam sendo vantagens para os investidores, mesmo com a Selic em baixa. Por isso, não deixe de considerar o seu perfil e os seus objetivos ao investir!



Rafael Martins é Educador Financeiro formado pela DSOP. Atua com palestras, workshops e mentorias de educação financeira pela metodologia DSOP. É também CEO da empresa RT Serviços Financeiros que atua com venda de Seguros, Consórcios e Financiamentos.

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